O artista plástico, Lucas Noal de Farias, curitibanense que hoje mora em Balneário Camboriú e é um dos poucos artistas no mundo que trabalham com o chamado pontilhismo, esteve em Curitibanos a convite da professora de artes Magda Farias França onde na tarde de quinta-feira (26) participou de um evento com os alunos das turmas de 6º a 9º ano no salão nobre da escola de educação básica Santa Teresinha.
A professora explica que um dos conteúdos abordados nas aulas tratava sobre os pontos, as linhas e as cores. Como ela já conhecia o trabalho do artista, surgiu a ideia de trabalhar suas obras com os alunos e o resultado, segundo ela, foi surpreendente.
“Um dos conteúdos trabalhados nas aulas de artes é o ponto, a linha e a cor. Como eu já conhecia o Lucas e o trabalho dele, eu apresentei as obras dele para os alunos e eles gostaram muito. A partir disso surgiu a ideia de colocar os alunos e o artista em contato. Os resultados foram surpreendentes, eles criaram laços de carinho e amizade pelo artista. Então, conversei com a direção do colégio e o convidei para este evento, para estar mais próximo dos alunos”, disse.

O artista conta que passou alguns exercícios para os alunos, que reproduziram algumas de suas obras com o entendimento de cada um e também criaram outros trabalhos inéditos.
“A professora Magda desenvolveu com os alunos duas das técnicas que eu mais uso, o trabalho com linhas e com o pontilhismo. Eu passei vários exercícios que os alunos desenvolveram, depois eles pegaram algumas obras minhas e recriaram com os traços deles na ideia deles e ficou marcado este encontro. Eu pude observar nos trabalhos que eles desenvolveram, alguns com bastante qualidade,” contou Lucas.

O prefeito de Curitibanos Kleberson Lima e a vereadora Vilma Fontana estiveram presentes no evento, e puderam prestigiar os trabalhos desenvolvidos pelos alunos e também conhecer as obras e a história do artista plástico curitibanense.
O artista contou um pouco de sua história, suas experiências e como começou nas artes plásticas e também presenteou a escola com um desenho, uma arte desenvolvida utilizando a técnica do pontilhismo.
“Essa arte que eu fiz aqui no colégio é um pontilhismo só que desenvolvido em uma técnica que eu nunca tinha feito antes, essa foi a primeira vez. Eu pesquisei e encontrei apenas um artista italiano que usa no carimbo a data do dia em que ele está criando a arte e para ser original eu usei um carimbo com a palavra fé. De longe, no contexto geral, são duas mãos juntas em oração e ao se aproximar é possível ver o carimbo. A palavra ‘fé’ foi carimbada mais de mil vezes para formar o desenho”, contou Lucas.

Viver da arte:
Formado em arquitetura, Lucas, hoje com 32 anos, conta que aos 25 anos decidiu se dedicar exclusivamente à arte, e hoje é o seu foco principal.
“Eu sempre gostei de desenhar desde criança, mas aos 12 anos virei adolescente tive outros interesses e somente voltei a produzir minhas artes aos 25, quando na época fiz um desenho de um elefante e percebi que era isso que eu queria fazer e deveria a partir de então seguir firme com a arte e que esse era meu caminho e não a arquitetura, onde eu já estava formado e trabalhando. Desde então, a arte é todo o meu foco”, contou.
“Hoje meu carro chefe são artes em paredes de um modo geral, são a maioria das encomendas que eu recebo. Eu estou começando a produzir telas e também faço ilustrações para marcas em diversos formatos, ilustração de pessoas também, enfim, tem um gama muito interessante trabalhos em arte,” disse.
O artista conta que não foi um processo fácil, mas se diz tranquilo, porque acredita ter encontrado o seu caminho.
“Foi um processo bem lento até eu me aceitar como artista, porque eu fui encaixotado como todas as pessoas são e sair dessa caixa não foi fácil. Hoje eu estou com meus 32 anos e finalmente estou conseguindo, fazer o que eu amo, viver o que eu amo. Eu acredito que eu encontrei o meu caminho, se me tirarem a arte hoje em dia, eu não existo mais.
“A possibilidade de poder trabalhar com algo que você ama não sendo os caminhos comuns que normalmente as crianças são inevitavelmente obrigadas a aceitar, para elas verem que é possível ganhar dinheiro com a arte ou fazendo o que gosta”, finalizou.










